sábado, 21 de abril de 2012

Complementos circunstancial e relativo


Complemento circunstancial

Na gramática tradicional, o "complemento circunstancial" é a função sintática que designa um complemento verbal ou frásico que se relaciona com o verbo de forma não obrigatória, isto é, que constituem complemento facultativo, independente do verbo. É realizado por sintagmas nominais (SN), sintagmas adverbiais (SADV), ou sintagmas preposicionais (SP):

i) Esta manhã (SN) houve uma invasão no Iraque.
ii) O barco descia o rio lentamente (SADV).
iii) Pintam telas com tinta da china (SP).

O complemento circunstancial exprime sempre uma circunstância,como se pode ver na tabela que se segue:

Lugar - Neste país as pessoas adoram futebol.
Tempo - Todos os anos havia baile na aldeia.
Modo - Subiu a ladeira com muito esforço.
Causa - Não foi ao concerto por falta de dinheiro.
Fim - Esse carro não é para venda.
Meio - Atravessámos o rio de bote.
Instrumento - Bata os ovos com a batedeira.
Matéria - O vestido foi bordado a ouro.
Companhia - Vivia com dois colegas estrangeiros.
Preço - O apartamento custou muito dinheiro.
Peso - O touro pesa meia tonelada.


Complemento relativo

Com relação ao complemento relativo, diz-nos o autor que “... ligado ao verbo por uma preposição determinada (a, com, de, em, etc.), integra, com o valor de objeto direto, a predicação de um verbo de significação relativa.” (p. 251). Não representa, porém, “... a pessoa ou coisa a que se destina a ação, ou em cujo proveito ou prejuízo ela se realiza. Antes denota, como o objeto direto, o ser sobre o qual recai a ação.” (p. 251). Além disso, na terceira pessoa,  não corresponde às formas pronominais átonas lhe, lhes, mas às formas tônicas ele, ela, eles, elas, precedidas de preposição, conforme ilustram os exemplos a seguir (p. 252):

a)assistir a um baile - assistir a ele
b)depender de despacho – depender dele
c)precisar de conselhos – precisar deles
d)reparar nos outros – reparar neles

Na sala de aula, ser portador desse conhecimento deixa o professor em situação mais confortável se, durante a exposição do assunto ou da realização de um exercício a ele relacionado, um aluno perguntar-lhe: “Por que eu posso dizer entregar-lhe e não posso dizer gosto-lhe?”

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